sexta-feira, 22 de janeiro de 2016

Todo ciumento morre de véspera

Todo ciumento morre de véspera

Ronaldo Magella –22/01/2016 - jornalista, professor, escritor, poeta, tem livros publicados.

Todo ciumento vê o que não existe
Antecipa situações, provoca a crise
Cria realidades, entende tudo errado
Imagina cenas, desenha demônios,
Inventa a própria dor, morre com o próprio veneno:
O seu ciúme.
O ciumento sempre enxerga o lado ruim
É um pessimista, desconfiado, inseguro
O ciumento encontra razões quando não há motivos
Cria motivos para justificar suas razões
Age por impulso, sofre com antecedência
Morre de véspera.
Não espera acontecer, provoca a própria morte
O ciumento é um suicida, não sabe morrer
Sabota a si mesmo, anda em círculo
Cai sempre no mesmo precipício sem fim
Maltrata e se maltrata, mas não percebe
Sufoca, faz pressão, não dá trégua
Todo ciumento é vítima
Não confia no outro, nem em si
Acaba a relação, desgasta o outro, perde o controle
E não percebe o próprio estrago
Se perde e perde, deixa de viver
Tenta voltar, se achar,
Mas, às vezes, e muitas vezes

É tarde demais. 

Nenhum comentário:

Postar um comentário