Todo ciumento morre de
véspera
Ronaldo Magella –22/01/2016 -
jornalista, professor, escritor, poeta, tem livros publicados.
Todo
ciumento vê o que não existe
Antecipa
situações, provoca a crise
Cria
realidades, entende tudo errado
Imagina
cenas, desenha demônios,
Inventa a
própria dor, morre com o próprio veneno:
O seu ciúme.
O ciumento
sempre enxerga o lado ruim
É um
pessimista, desconfiado, inseguro
O ciumento
encontra razões quando não há motivos
Cria motivos
para justificar suas razões
Age por
impulso, sofre com antecedência
Morre de
véspera.
Não espera
acontecer, provoca a própria morte
O ciumento é
um suicida, não sabe morrer
Sabota a si
mesmo, anda em círculo
Cai sempre
no mesmo precipício sem fim
Maltrata e
se maltrata, mas não percebe
Sufoca, faz
pressão, não dá trégua
Todo
ciumento é vítima
Não confia
no outro, nem em si
Acaba a
relação, desgasta o outro, perde o controle
E não
percebe o próprio estrago
Se perde e
perde, deixa de viver
Tenta voltar,
se achar,
Mas, às
vezes, e muitas vezes
É tarde
demais.
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