A era da intolerância
Ronaldo Magella 03/01/2016 – jornalista, poeta, escritor, professor,
radialista, blogueiro, tomador de café.
Em dezembro de 2015 quando o WhatSaap ficou fora do ar no
Brasil a gente percebeu o que irá causar o nosso desespero num futuro próximo,
quando for mais possível fazer uso da tecnologia, redes sociais e celulares,
mas o que mais espantou foi a falta de paciência com a situação.
Estamos cada vez mais intolerantes, não aceitamos algo que
não seja mais perfeito ou contra a nossa vontade, não aceitamos mais desculpas,
tudo nos irrita e claro, deixamos de conviver com as pessoas por qualquer
motivo banal.
As pessoas são deletadas e bloqueadas de forma rápida e
prática, se deixa de conviver, um traço marcante da nossa geração intolerante
que não consegue mais conviver com o contraditório, com o diferente,
demonstrando que o nosso discurso de aceitação é vazio e falso, verdadeiro
apenas quando não nos diz respeito, mas quando nos afeta, não somos obrigados.
As nossas relações estão frágeis, as pessoas já não conseguem
conviver com o diferente, errou, não tem mais volta, não deu certo, vamos
terminar, disse algo que não gostei, vamos terminar, nos falta consideração, parcimônia
e o mínimo de indulgência pelos defeitos que vem do outro.
Nas redes sociais as pessoas discutem, brigam, se criticam,
xingam umas as outras, usam fakes para falar mal dos outros, se utilizam do
anonimato para denegrir a imagem das pessoas, falar impropérios, fazer
acusações, parecendo cães raivosos.
Parece que é mais fácil conviver com milhares de pessoas que
nunca iremos ver na vida do que aceitar as pessoas que estão ao nosso redor, a gente
desiste das pessoas como mudamos de roupas, o que irá nos causar num futuro
próximo uma solidão retumbante e triste, quando a gente perceber que se
houvesse de nossa parte um pouco mais de diálogo tudo poderia ter sido
diferente.
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