sexta-feira, 23 de janeiro de 2015

Não temos seguranças em nossas relações

Não temos seguranças em nossas relações

Ronaldo Magella – professor, poeta, escritor, blogueiro, radialista, jornalista, tomador de café, romântico, sentimental, romântico, feio, e mais nada (23/01/2015)

Não acredito que segurança seja não sentir medo, ciúmes, não estamos alheios a tais sentimentos, mas hoje entendo que maturidade é não deixar que tais situações atrapalhem a relação.

Gosto de alguém, ela é bonita, inteligente, interessante, é natural que tenha medo de perdê-la, me sinta inseguro, tenha e sinta ciúmes, mas há uma distância enorme entre sentir, transparecer e materializar tais emoções.

O inseguro, o ciumento cria monstros, antecipa situações, inventa pra si mesmo histórias, personagens, sabota a própria relação para confirmar as suas teses e ideias, para ele não importa a realidade, mas aquilo que ele acha que está acontecendo, ele vivencia o que sente e não o que é verdadeiro.

Não temos segurança alguma em nossas relações, as pessoas mudam, mudamos, podemos deixar de gostar, as relações passam por um momento de tédio, muitas morrem, outras conseguem sobreviver, a vida é cheia de mudanças, não temos como prevê.

É preciso sempre ter um olhar distante, olhar de fora, por fora e pensar naquilo que se está vivendo, sentindo, na história construída e pensar, pensar muito no que se pode e deve-se fazer.

Muitas vezes trocamos o navio por uma canoa, o avião por uma folha, fazemos escolhas nem sempre boas e nos amarguramos, mas não temos coragem para admitir o nosso erro e voltar atrás, pedi perdão e recomeçar, claro, se nos aceitarem.

A distância atrapalha, a beleza do outro, o outro ser mais inteligente, sim, talvez, ou não, depende de como cada um de nós suporta tais situação.

A realidade nunca é como imaginamos, pensamos, sonhamos, muitas vezes pode ser pior, outras pode ser bem melhor, não nos resta muita coisa a fazer, apenas viver o presente e esperar pelo futuro, sabendo que o amanhã é consequência do hoje.

Aprendi que precisamos aceitar as situações, esperar o momento seguinte, ter paciência, não querer antecipar a próxima jogada ou adivinhar os sentimentos dos outros.

Se a pessoa vai mudar, se não vai mudar, se a relação vai acabar, se não vai, se ela ou ele está distante, diferente, frio, indiferente, se sentimos que algo não vai bem, como gostamos, o que podemos fazer?

Pessoas maduras conversam, se entendem, imaturas, como crianças, brigam, dizem coisas, ferem, causam mágoas, feridas, trancam portas, fecham o caminho de volta.


Não há fórmula, segredo, mágica, remédio, é viver o que se está vivendo, confiar, acreditar e deixar uma reserva para o fim ou para o caminho que é longo e nem sempre cheio de flores e rosas. 

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