domingo, 23 de novembro de 2014

Homens gostam de contar

 Homens gostam de contar

Ronaldo Magella – professor, poeta, escritor, blogueiro, radialista, jornalista e mais nada (23/11/2014)

Não importa se ele é seu marido, noivo, namorado ou amigo, ele irá contar, enquanto as mulheres gostam de segredos, os homens gostam de contar vantagens para outros homens, é da natureza deles.  

E contarão o que fizeram, o que houve e até o que não houve, é do universo masculino, principalmente quando o assunto é mulher, sexo e conquista, estar em melhor situação do que os parceiros, como se dissesse, eu tenho, posso, pego, faço e você não, sou o cara e você não. 
Um amigo, casado, estava traindo a esposa, mas não se sentia culpado, a sua dor maior era a de que não podia contar pra ninguém que estava com um caso, melhor, não podia mostrar. É outra doença, digamos, dos homens, querer mostrar aos outros, como se suas conquistas, mulheres, amantes fossem troféus, um objeto para exibição pública. 

Uma vez repreendi um amigo que dizia detalhes íntimos da sua vida conjugal e tratava a mulher como objeto, sim, ele não a amava, mas lhe disse que, mesmo não gostando dela não a tratasse de tal forma em público, afinal, ela era a mãe dos filhos dele e acima de tudo uma mulher que merecia respeito. Nunca mais ele voltou a conversar comigo da mesma forma. 

É um pouco de imaturidade dos homens, sim, algo não apreciado pelas mulheres, também, pois o que se faz em dois, deve-se ficar entre os dois, ninguém precisa saber, mas não é assim que acontece. 

É um vício, mania, costume, traço histórico, enfim, mas é assim que eles são em sua grande maioria, como se precisassem sempre reafirmar a própria masculinidade a todo instante, provar para os outros que ainda são capazes, são machos e estão “podendo”.

Nada mais ridículo e tosco. Não é preciso dizer o que faço, fiz, com quem, como, para dizer que sou homem de verdade, isso é apenas uma vaidade grotesca e inútil, pois dizer não muda nada, querer mostrar aos outros que faço e eles não trará nenhum benefício, apenas a sensação de uma infantil superioridade. 

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