quinta-feira, 23 de janeiro de 2014

E no meio de tanta gente...

E no meio de tanta gente...

Ronaldo Magella – professor, poeta, escritor, blogueiro, radialista, jornalista e mais nada (23-01-1014)


Um dia escrevi um texto pra ela, por um impulso, não sei bem os motivos, nem sei o que levou aquilo, talvez, bem, talvez, não sei, quem sabe, deixa pra lá, pode ter sido o acaso, ou essas artimanhas da vida, das coincidências que a gente nunca descobre os motivos até ficar apaixonado, conversamos sobre música, shows, sonhos, amor, paixão, éramos dois desconhecidos, morando na mesma cidade, nos sabíamos, mas não nos conhecíamos, até  um dia, sem querer, ou pela força do destino, disse oi, ela respondeu, nos falamos o dia inteiro, e gostamos, nos gostamos, trocamos músicas, sorrimos, nos achamos estranhos e simpáticos, conversa boa, era um descoberta, ou uma redescoberta, alguém que sempre estivera ali, mas nunca a percebera, sempre a vira, nos falávamos, timidamente, mas nunca tínhamos nos permitido nos conhecer, até um dia, ontem, foi como encontrar um amor perdido ou distante,  acordar uma paixão adormecida, sentir outra vez algo que pensava que nunca mais haveria de sentir, emoção, insônia por gostar de alguém outra vez, esperança, felicidade de um coração magoado, encontrar alguém para me fazer esquecer o passado e sonhar com um futuro, o encontro de uma outro alma, um ser, outra pessoa, uma vida, um coração igual ao seu, alguém para compartilhar das suas afinidades, gostos, simpatias e desejos, ela me contou que adorava Alceu Valença, gostou quando lhe mandei uma música de O Teatro Mágico, e suspirou quando lhe enviei uma canção do Jorge Vercillo, ela me confessou que se pudesse pegaria um carro e partiria sem rumo para qualquer do mundo, não lhe disse a respeito disso, mas agora lhe afirmo, também é a minha vontade, o meu desejo de me perder, sumir, sentir o sabor e o sal da vida, e se pudesse ir com ela, penso que agora seria melhor ainda, e conversamos, daquelas conversamos que não queremos mais parar, nem terminar, ela me disse gostando da nossa conversa, estava cansada das mesmas coisas, queria rir, discutir música, falar coisas de diferentes, como estávamos ali, como estava acontecendo, fui dormir pensando nela, e a acordei procurando, bobagem, ela estava já aqui, em mim, dentro de mim, no meu pensamento, invadindo meu sentimento, tomando conta da minha vida, tamanha foi a força do nosso encontro, e pensei, em como é engraçada a vida, o ouro, o tesouro não precisa bilhar, pois jamais perderá o seu valor, ela sempre estivera ali do meu lado e nunca prestei a atenção, até ontem, até hoje, até agora, como diz a canção, “demorou pra ser, mas agora é”, espero que possa contiuar. Talvez ela me chame de louco, talvez não sinta, talvez diga lindo, gostei de saber, ou então, talvez diga, senti a mesma coisa, mas certamente ela não poderá negar um sentimento de empatia que ontem nos tomou a alma e nos invadiu o espírito, um sentimento de encontro, quando duas almas afins se descobrem, se acham, por coincidência, acaso, sorte, destino ou azar, seja pelo que for, de qualquer forma, ela existe, isso agora eu sei, nos sabíamos sós, sem que estivéssemos sós, existíamos, mas não nos permitíamos, agora nos sabemos, deixemos que afinal floresça um mais de uma amizade em nós, com as graças de Caetano Veloso.  

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