quarta-feira, 4 de dezembro de 2013

Escrevo para tocar a sua alma

Escrevo para tocar a sua alma

Ronaldo Magella – professor, poeta, escritor, blogueiro, radialista, jornalista e mais nada


Escrevo para o teu coração, para tocar a sua alma, escrevo o que há dentro de mim, por acreditar que o amor que sinto possa te emocionar, escrevo para te marejar os olhos, para te ferir a sensibilidade, escrevo para evocar tuas lembranças, para te causar saudade, provocar arrepios, sangrar o teu espírito, atormentar o vosso sossego.

Escrevo por ser poeta, por viver o amor, sentir a dor, lamentar a saudade, para entregar minha alma, como os grandes poetas, me deixar nu parente ti, a vida, o mundo, para não deixar dúvidas.

Escrevo para te dizer da dor que sinto longe de você, para transmitir meus sentimentos, aliviar minha mágoa, desaguar minha solidão, expulsar meus demônios, me livrar de ti, mas quando e quanto mais escrevo, mas lembro de ti, pois lembro que tudo que escrevo, escrevo pra ti.

Escrevo para preencher o vazio deixado por ti, o vazio que sinto em toda amanhã, quando me deito para dormir e é pra ti que rezo, oro, penso, peço, imploro, coloco no papel as palavras, trocadas pelas lágrimas que um dia chorei, hoje não choro mais, meu resto seco, minha boca fechada, meu silêncio, meu cantar fica registrado nas linhas que todos os dias me acodem, pulam dentro de mim para a vida.

Escrevo em dias de sol, quando o sol se esconde, quando a noite corre alta, quando o sol nasce, quando a vida para, corre, quando penso, lembro, quando a morte se aproxima, quando sinto saudade, quando estou feliz, escrevo para te dizer, como se dialogasse com o seu coração e mesmo a distância, envio meus sinais de fumaça, meus gritos.

Escrevo para dissipar o que sinto, silenciar os pensamentos, esquecer o que não posso lembrar, vivo pra esquecer, não para lembrar, mas lembro, e ao lembrar escrevo, deito minha vida em linhas, lamento minha sorte em palavras, deixo minha história em algum e qualquer lugar, uma vida perdida, sem volta, sem esperança, imortalizada em pequenos trechos miúdos, simples e inúteis.

Escrevo para conversar com a minha dor, ela me fala ao ouvido, dita minhas palavras, sussurra os sentidos, resmunga frases, arranha trechos, aponta meus erros, corrige minhas falhas, uma dor invisível, que a ninguém quero contar, posso falar, rasgar, uma dor própria de quem um dia viveu aquilo que dizem que só se pode viver uma vez na vida, o amor.

Escrevo pra dizer que te amo, que sinto a tua ausência, que lamento a tua distância, e que sei que nada posso fazer para te trazer outra vez para o meu caminho, escrevo para não me sentir só, para ter esperanças de um futuro melhor, feliz, escrevo por não ter como te dizer o que gostaria, escrevo para me despedaçar, me cortar, me ferir, me desnudar, me matar, para amostrar, me acabar, chegar ao fim.

Escrevo, como se escrever fosse a única forma de estar ao seu lado, pois é escrevendo que me vejo, sinto, como o reflexo de um espelho, e ao me ver, sinto a ti, pois já não sou quem vive, é o teu amor que vive em mim, por isso escrevo.


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