sexta-feira, 6 de setembro de 2013

Alguém aceitou o que você não quis

Alguém aceitou o que você não quis

Ronaldo Magella – professor, poeta, escritor, blogueiro, radialista, jornalista e mais nada.

Meus versos, minha poesia, minhas crônicas, meu blog, meu sorriso, minha ingenuidade, esperança, minha pouca fé, meu caminhar desengonçado, a minha vida, meu coração sedento de amor, meus olhos tristes, meu olhar infantil, minha voz, minhas flores roubadas, meus beijos quentes, minhas ideias malucas, minhas teorias filosóficas, minhas manias, tudo meu, de mim, em mim, alguém quis, pegou pra si, levou pra casa, aceitou, pagou pra ver, quis espiar para ver como era dentro, viver aquilo que sou. Meus sonhos de ventura, meu sorriso mais simples e minha lágrima mais quente, meus pés descalços, meu cabelo sujo, desgrenhado, despenteado, minha vida bagunçada, meu quarto desarrumado, minha existência incerta, meu futuro feliz, meu passado trágico, meu presente vivo, tudo, alguém me embrulhou pra presente, me pediu pra viagem, mandou embalar, me jogou em alguém lugar, ficou a me espreitar, me observar e decidiu investir, remodelar, reformar, me quis, me disse sim, me abraçou. Alguém quis, aceitou, pegou tudo aquilo que você não quis mais, eu, o que eu tenho de melhor e de pior, minhas qualidades, meus defeitos, meu perfume, meu cheiro e meu fedor, alguém quis, comprou a briga, lutou por mim, não desistiu de mim, me soube, me conhece, entendeu e me levou pra casa, pra o seu coração, me deixou entrar em sua vida, me cedeu o seu amor, e quis mais, ela quis meus filmes, minhas músicas, meus dias, minha insônia, minhas mensagens de celular, o meu bom dia, o meu boa noite, o meu te amo, preciso de você, adoro você, quero você, alguém apenas pediu que eu fosse dela, meu romantismo barato, meus presentes, os vinhos, o chocolate, minha agenda, meus horários, meu sono, minha fome, alguém, alguém desejou a minha companhia, o meu caminhar, os meus passos, as minhas dúvidas e as minhas certezas, o meu medo, a minha paz, o meu carinho e o meu afeto, foi, sim, foi, e me dei, deixei que alguém por ali entrasse, de mansinho, devagar, conversando, sentindo, me abrindo, me permitindo, me esgoelando ainda de dor, mas ávido por um momento melhor, feliz, seguro, amoroso. Foi assim que alguém pegou e levou pra si tudo aquilo que você não quis mais e que um dia fará falta, mas lamento informar, a edição está esgotada.


Nenhum comentário:

Postar um comentário