sexta-feira, 9 de agosto de 2013

Quando falamos em amor, somos todos iguais

Quando falamos em amor, somos todos iguais

Autor – Ronaldo Magella – professor, poeta, escritor, blogueiro, radialista, jornalista e mais nada.

Certos, somos racionais, pensamos, sentimos, temos linguagem para expressar sentimentos e emoções, denominar coisas, qualificar pessoas, caracterizar situações, mas parece que no fundo, no fundo, bem no fundinho, apesar de todos esses atributos e qualificações da nossa evolução como espécie, parece que somos iguais máquinas, previsíveis, com um espécie de manual ou etiqueta que diz como iremos funcionar ou deixar de funcionar, como vamos reagir ou não diante de certas ocasiões.

Filmes como Ele Não Está Tão Afim de Você ou Hitch – conselheiro amoroso, demonstram basicamente isso, nossa forma de nos comportar nas relações sociais afetivas, ou melhor dizendo, quando estamos prestes a vivenciar um acontecimento de tal natureza, a aproximação de alguém com algum interesse mais íntimo, podemos assim fechar o sentido desse parágrafo.

O primeiro filme, Ele Não Está Tão Afim de Você, trata sobre como perceber quando alguém não está interessado em nós. Certos sinais básicos demonstram muito bem o interesse ou a indiferença de alguém em relação ao nosso contato insistente em busca de uma abordagem mais instigante. Alguém não retorna as nossas ligações, não responde nossos emails, não dá atenção a nossa conversa, tem sempre uma desculpa para os nossos convites ou sempre não está interessado em uma maior aproximação, dizendo ser por falta de tempo, ou seja, por conta do trabalho, seja, seja, enfim, seja.

O fato é que, quando alguém quer, alguém faz acontecer, arruma lugar, tempo e uma desculpa para nos encontrar, chega até a faltar ao trabalho, deixa de ir aula, até mentir em casa. Mas quando não quer...bem, não quer e pronto.

O segundo filme, Hitch – conselheiro amoroso, é o contrário do primeiro, este nos inspira a fazer a coisa certa, dizer as coisas certas, vestir a roupa certa, ter a atitude adequada para conquistar alguém. E por mais que alguém diga, as pessoas são diferentes, cada um tem um toque, uma fórmula, um som que se devidamente soado no momento certo, na hora certa, no dia e lugar, puff, a paixão começa a se desenvolver.

Se olharmos para as pessoas que nos chamam atenção ou para alguém que queremos para sempre ao nosso lado vamos perceber que são os detalhes que nos conquistam, o olhar, o andar, o sorriso, a voz, alguma coisa que nos faz perder a cabeça, os sentidos, nos despertam as emoções. O contrário também acontece, quando não gostamos de alguém ou quando não queremos alguém por perto é por um único e simples motivo, os detalhes não se encaixam conosco, tem algo na pessoa dissonante com a nossa forma de ver o mundo, com as nossas preferências.

Então é isso, ou mais ou menos isso, somos assim, emitimos sinais quando não queremos, ficamos a espera de um sinal para reconhecer algo que estamos esperando, temos regras, manuais, fórmulas, conceitos e preconceitos. Se alguém cumprir as regras, colimar as fórmulas, encaixar-nos, como diz o manual, nos ganha, porém, do contrário, nos expelirá.


Não é de agora, vide o livro A Arte de Amar do poeta romano Ovídio, versos que narram sobre como conquistar as mulheres e mantê-las presas e também como as mulheres podem trair seus homens. Claro, o poeta foi banido de Roma por ser considerado imoral, mas isso não importa ou tem valor para o nosso texto em questão. A nossa grande questão é que, do Império Romano aos dias atuais, digitais, parece que não mudamos nadinha de nada. Incrível. Pelo menos nesse campos das relações e dos sentimentos somos previsíveis. 

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