segunda-feira, 10 de junho de 2013

No dia dos namorados: não dê coisas, se dê

No dia dos namorados: não dê coisas, se dê

Ronaldo Magella – professor, poeta, escritor, blogueiro, radialista, jornalista e mais nada.
10/06/2013

Estou sem namorada, normal, acontece, faz parte, deve haver muita sozinha, separada, sem ninguém por aí, vai haver muito choro e ranger de dente pelas redes sociais no próximos dias, mas não quero falar dos solitários, mesmo sozinho sou um romântico sem lugar neste mundo moderno e prático, veloz e meio insensível, o mundo que mais graça uma imagem numa rede social do que num beija flor em nossa porta, mas enfim, estamos perdendo o nosso contato com as coisas simples do mundo, para deixar a vida mais complexa.

Penso que se você tem uma namorada, e ou se pelo menos eu tivesse uma, não estou reclamando, calma aí, talvez a melhor opção seja optar por algo simples, intimista, modesto, mas significativo de valor.

A tese é simples, no dia dos namorados, não dê coisas, se dê, não compre coisas e objetos, venda a si mesmo, deixe-se amar e ame, permita-se gostar e goste, se envolva, não vá procurar pelo presente perfeito, seja  você o melhor presente, faça o melhor de si, por você, por vocês, pela relação, tá bom de se impor, de querer que o outro seja como você deseja, quer, aceita, entenda, compreenda e viver melhor, será um dia diferente, pode acreditar.

Simples demais entender isso, as relações terminam, elas podem até voltarem, mas nessa hora, nesse intervalo, ninguém vai olhar pra um perfume, um cd, um livro e pensar, poxa, ele me deu isso, ela me deu essa camisa, vou voltar, vou fazer valer a pena, não acredito nisso, acredito que as sensações, os sentimentos, a coisa vivida seja mais importante. O mais importante são as pessoas, o que elas fazem, sentem, vivem, todo mundo esquece um presente, mas ninguém esquece um gesto de afeto e amor.

Aliás, entendi que de todos os sentimentos, o amor é o único que jamais irá morrer, acabar, a raiva, a dor, a mágoa, a tristeza, todos essas sentimentos um dia cansam e deixam de existir dentro de nós, mas amor é e será eterno, pois amar não cansa, é bom pra quem ama, é bom pra viver e nos fazer seguir confiantes.

Acredite, por maior que tenha sido a dor a separação, seja por mentira, traição, seja o que for, nessa hora o que se viveu terá um valor importante, ela ou ele irá pensar mesmo o que importa pra voltar e não serão os presentes, será avaliado o cuidado, o afeto, a atenção, o carinho, a amizade, coisas que não podem ser expressas muitas vezes em objetos, em coisas, em presentes.

Logo, usa a fórmula simples, aquilo que jamais poderá esquecido, esqueça os problemas, seja gentil, educado, procurar mudar, não brigue, busca ser outro ou outra nesse dia, dê uma chance a si mesmo, a vida, a felicidade, a alegria, ao novo, enfim, não compres flores, roube-as de algum jardim, nada de chocolates, vá pra cozinha, nada de ursinho, faça uma boneca você mesmo, nada de cinema, vá pra uma praça, tome um sorvete, converse, ria do povo, sinta o momento, a você mesmo, ao outro, escolham um filme, deitem numa rede, no chão, façam pipocas, vão dançar, sejam felizes.

Eis a minha dica para os namorados, como sei que o mundo capitalista impera, todo mundo vai comprar os seus presentes, mas pensem bem, podem até comprar, mas lembrem, como cantou Maria Betância, as coisas que me davas, não tinha nenhum valor, se o mais caro me negavas, que era todo o seu amor, então, dê a si mesmo, e veja o quanto isso pode ser bom pra você, pra vocês, pra relação.


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