sexta-feira, 14 de junho de 2013

A fila anda mesmo, mas a que preço?

A fila anda mesmo, mas a que preço?

Ronaldo Magella – professor, poeta, escritor, blogueiro, radialista, jornalista e mais nada.
14/06/2013

A filosofia de que a fila anda parece que funciona, bem, se não sei se funciona, sei que acontece, as pessoas fazem mesmo a fila andar.

Estar nas redes sociais lhe permite acompanhar a vida das pessoas, como elas também pode acompanhar a sua, isso claro, se você permitir e permitir. O que venho percebendo é que as pessoas mudam de relacionamento muito rápido, como se aquilo que foi vivido não tivesse tido alguma importância.

Não é uma crítica, é apenas uma observação. Já vi gente encerrar um namoro, fazer declaração no Facebook dizendo que jamais iria esquecer a outra pessoa, afirmando que a amava, mas pouco depois já estava em outra relação, e se você perguntar, mas e aquele amor, a resposta será apenas, a fila anda.

Não sei se é nossa visão do amor que é um pouco distorcida, essa ideia de temos que amar pra sempre, pra uma vida inteira, que a paixão nos consome, nos deixa sem noções e reações normais, ficamos que distantes da realidade, mas o fato é que vivemos num período de superficialização da vida e dos relacionamentos, dos momentos, das emoções, como se tudo o que a gente vive ou viveu foi só até viver e pronto, foi só até o momento de acabar, depois viramos a página e pronto, tudo se encerra, se acaba.

Há outras coisas a pensar, no mundo em que vivemos, quando as pessoas tem medo de chorar e sofrer, da solidão, ninguém quer demonstrar que perdeu algo ou alguém, todo mundo quer mostrar que está bem, que é forte, que superou, que passou, que enfim, a vida segue sem nenhuma cicatriz, por isso a fala anda.

Não sei se é bem assim, acho que uma hora a conta chega e o que a gente viveu tem um certo peso em nossas relação futuras, as pessoas, os momentos, as alegrias, as tristezas, a saudade, as lembranças, as dúvidas, as incertezas, as dores, num dá pra você pular, andar, como se nada tivesse acontecido, penso que se uma relação termina, mesmo que não volte, é preciso parar e pensar o que a fez terminar, quais os problemas e ninguém se separa sozinho, os dois sempre estão juntos nessa decisão, seja ela qual for, se foi provocada, se o tempo os levou a isso, mas é uma parceira, tanto pra começar, como pra terminar.

Entendo a carência, o medo da solidão, a dor de ter sido deixado, o fim de uma relação, mas é preciso entender que em outra relação o que vivemos na anterior irá pesar, a gente até pode num quer pensar na hora, mas será acionado um mecanismo nosso interior que irá nos alertar, olha, isso já aconteceu, olha está acontecendo outra vez, veja bem, você já fez isso e não deu certo, podemos até ignorar os aviso, mas eles terão sobre nós algum efeito.


Já vivi várias relações, falo por mim, sei que você nunca está livre da relação anterior, a conta sempre chega, ficam resquícios, marcas, não dá pra você fingir que esqueceu, que já passou, que num quer num quer nem saber, não é assim, mas enfim, como querem, que a fila ande, mas chegará um momento em que será preciso olhar para o ficou e pensar novamente em tudo para que não se venha a erra outra vez. 

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